sexta-feira, 3 de julho de 2015

Simplesmente Acontece

Ambos diziam que nunca mais iriam se apaixonar.
Estavam fartos de relacionamentos pela metade, pelo envolvimento sem reciprocidade e pela escassez do amor. Decidiram fazer como os outros: divertir e curtir o momento, sem apegos.

Acabaram se conhecendo num café, pela manhã, em uma esquina da cidade onde o frio e a neblina predominavam. Estavam no balcão aguardando seus pedidos, e um simples "bom dia" foi dado. Mas enquanto esperavam, tiveram a audácia de iniciar uma conversa. Com os pedidos servidos, continuaram com aquela sintonia que os envolviam, não se deram conta de que as horas haviam passado. Em nome da amizade, trocaram os números de celular e cada um seguiu sua vida.

Saíram juntos diversas vezes, iam ao parque, à baladas, bares, livrarias e perceberam o quanto eram parecidos - gostos de música, filmes, livros quase idênticos. Dentre essas saídas, rolaram alguns beijos e carícias. O curtir o momento era imprevisível... 

- Não se apaixone por mim.
- Oras! Não mesmo. Só quero te usar.
- Então use e abuse.

Os beijos eram longos, durante as pausas ambos sussurravam: eu não te amo. Daí as coisas esquentavam. Para eles, não havia sentimento. As passadas de mão pelo corpo os faziam suspirar até que o êxtase do momento terminasse o seu efeito. Depois, seguiam cada um para sua casa e nenhuma mensagem de texto eram encaminhada. Melhor assim, pensavam. Dias depois, já estavam marcando novos encontros. Tem um show de uma banda legal, vamos?

As coisas começaram a complicar. A falta que um sentia do outro começou a incomodar. As mãos tocavam o celular, os dedos digitavam palavras que nunca foram enviadas:

1) "Oiiii! Então, não sei como te dizer, mas acho que estou gostando de voc... (Apagar)" 
2) "Sentindo muito a sua fal... (Apagar)"

Precisavam conversar. Aquilo estava indo longe demais. Iriam se machucar, era sempre assim.
Esse negócio de se apaixonar não é mais pra mim. Justo agora que estou tão bem?

Se encontraram no mesmo café, onde tudo começou. Quando se avistaram, era intenso o brilho nos olhos, e a pele demonstrava sinais de enrubescimento. Se abraçaram, mas o calor dos braços demorou mais tempo do que ambos estavam acostumados. Mãos e lábios se tocaram, e algo não puderam evitar: estavam apaixonados um pelo outro.



2 comentários:

  1. Gostei do texto!mas achei complexo.Posso fazer pergunta a você para melhor entende? Claro ao escritor e não ao autor
    Valeu
    ate breve

    ResponderExcluir